Na Teia do Aranha #2

Postado por João Aranha 05 agosto 2009

Fala pessoal! Mais uma semana e mais um pensamento pra vocês. Queria pedir desculpas pelo atraso, mas estamos aí marcando presença, e espero que abra o debate entre os que o lerem. Agradeço desde já as críticas feitas, positivas ou não, pois todas elas são levadas em conta e peço a vocês que continuem a dar as suas sugestões para futuros textos junto aos seus comentários, ok?

Abraços!

“Dá pra mostrar o que sabe?”

Quem nunca se viu em uma discussão sobre os seus lutadores favoritos e se viu em uma comparação de habilidades e técnicas entre os mesmos lutadores que estão no centro da conversa? Isso acaba se tornando uma discussão sem fim, principalmente quando aqueles fãs mais “xiitas” se propõem a pegar uma lista com todos os move-sets do wrestler e explicar detalhadamente e pausadamente sobre o porquê dele ser superior a outros. Essa linha de pensamento nos leva a uma dúvida que paira, principalmente no mundo contemporâneo do wrestling, onde a linha entre realidade e fantasia deve ser tênue, mas forte o suficiente para suportar os milhares de pontos de vista que recaem sobre ela: será que um lutador pode ter a liberdade de usar todo o seu arsenal de golpes nos dias de hoje?

Existem dois pontos de vista principais, que na verdade poderiam até ser três, mas a visão do espectador é simples, pois ele quer o melhor da luta para entretê-lo, então não se atém a muitas explicações. O primeiro ponto é o do lutador. Afinal, ele passa anos a fio treinando exaustivamente sequências de golpes, estilos de luta, variações e combinações e quando percebe que está seguro e consistente o suficiente para poder usar em cima do ringue, se põe em um processo de inserção e até em alguns casos, de renovação das técnicas de seu move-set. Pois é difícil ver um lutador que não tenha a intenção de mostrar ao público (e porque não, a ele próprio) que pode evoluir como lutador e ainda é capaz de mostrar novidades, fazendo as pessoas irem ao delírio.

O outro ponto é o da federação, que se dependura em dois pólos diante dessa situação. Um deles é o de que ela, não importando se é independente ou não, precisa ter lucros para sobreviver, e para que isso ocorra, o lutador precisa sempre estar presente, inovando a cada vez para que possa chamar a atenção e agradar o público cativo, então se torna necessário essa política de apoiar novos golpes e coisas do gênero. No outro pólo se encontra a preocupação extrema da empresa em que seu lutador adquira qualquer tipo de lesão decorrente de um erro na execução de qualquer técnica. Então, outra política decorrente é de uma espécie de censura por parte dela para com o lutador, autorizando-o a utilizar novas técnicas apenas quando eles têm a certeza absoluta de que houve o domínio completo do movimento. E o processo para a comprovação disso é que complica as coisas, pois eles querem garantias fortes de que tudo vai correr direito, conforme o planejado.

Esses dois pontos sempre se degladiam durante todo esse processo de inserção e renovação das técnicas. Muitas vezes, atrasam demais o desenvolvimento do lutador dentro da federação, literalmente empacando a carreira dele, pois pode acontecer que em algum outro lugar ele podia mostrar mais do que sabia, mas agora não tem essa possibilidade, pois não tem essa confiança nele ou o público-alvo não está apto a ver certas técnicas de cunho mais violento. Porém, outras vezes podem ajudar aqueles lutadores mais exaltados que chegam a patamares em sua carreira, mas ainda prescisam passar por um processo de desenvolvimento antes de chegarem a níveis mais radicais em seu estilo de luta, a galgarem passo a passo rumo a excelência no wrestling que praticam.

Quem ganha com essa abertura e controle feitos de modo correto? Eu, você, federações, lutadores e demais pessoas que se envolvem nesse mundo do wrestling profissional. Porque todos querem ver os seus lutadores favoritos mostrando o que realmente sabem dentro do ringue, sem censuras ou qualquer tipo de mordaças que impeçam-nos de ver toda a emoção e paixão da lutra livre.

2 comentários
  1. The Jorge Said,

    textaço cara! parabens!

    Posted on 5 de agosto de 2009 às 12:11

     
  2. Sem dúvida textaço, você e Flávia do GRTR são os melhores escritores da blogosfera brasileira!

    Posted on 6 de agosto de 2009 às 08:07

     

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